Olá!
Começamos o ano relembrando um pouco sobre a literatura de Cordel e suas características;
Vocês devem ler os textos e responder as questões abaixo, quem quiser e puder pode imprimir, caso contrário você deve copiar as questões, não precisa copiar os textos.
Assim que terminar as atividades envie as fotos das mesmas para mim.
Próxima semana teremos as correções com explicações, qualquer dúvida pode chamar pelos meios de contato.
Bom Trabalho!
- Com o auxílio das pesquisas, procurem responder às atividades propostas.
ATIVIDADE 01
(UNCISAL/2018) TEXTO I
O
quadro denominado “A Louca do Jardim”, de Gilvan Samico, 1963, faz parte do
movimento cultural de valorização da arte brasileira conhecido como Movimento
Armorial. “Criado na década de 70 pelo escritor paraibano Ariano Suassuna, o
Movimento Armorial surge com o objetivo de lutar contra o processo de
descaracterização e alienação da cultura brasileira”. (COSTA, 2007, p. 11).
Em relação ao Movimento Armorial, é correto
afirmar que
(A)
é fundamentalmente audiovisual, tendo
como melhor expressão dessa característica a obra “O auto
da compadecida”, de Ariano Suassuna.
(B)
utiliza instrumentos de conhecimento popular, como o
oboé, o fagote, a flauta transversal,
o violino e a tuba, no que diz respeito à expressão musical.
(C)
apresenta, em seu repertório, distintas formas de
manifestações estéticas, como a música, a xilogravura, o cordel, a tapeçaria,
entre outros.
(D)
retrata elementos culturais trazidos ao Brasil pelos
holandeses no século XVII, os quais se misturaram ao folclore nacional,
principalmente na Região Sul.
(E)
é fundamentalista e o trabalho “O auto da
compadecida”, de Ariano Suassuna, é um exemplo que expressa seu radicalismo
teológico cultural.
(ENEM/2014) TEXTO II
CORDEL RESISTE À TECNOLOGIA GRÁFICA
O Cariri mantém uma das mais ricas tradições da cultura popular. É a literatura de cordel, que atravessa os séculos sem ser destruída pela avalanche de modernidade que invade o sertão lírico e telúrico. Na contramão do progresso, que informatizou a indústria gráfica, a Lira Nordestina, de Juazeiro do Norte, e a Academia dos Cordelista do Crato conservam, em suas oficinas, velhas máquinas para impressão dos seus cordéis.
A chapa para impressão do cordel é feita à mão, letra por letra, um trabalho artesanal que dura cerca de uma hora para confecção de uma página. Em seguida, a chapa é levada para a impressora, também manual, para imprimir. A manutenção desse sistema antigo de impressão faz parte da filosofia do trabalho. A outra etapa é a confecção da xilogravura para a capa do cordel.
As xilogravuras são ilustrações populares obtidas por gravuras talhadas em madeira. A origem da xilogravura nordestina até hoje é ignorada. Acredita-se que os missionários portugueses tenham ensinado sua técnica aos índios, como uma atividade extra catequese, partindo do princípio religioso que defende a necessidade de ocupar as mãos para que a mente não fique livre, sujeita aos maus pensamentos, ao pecado. A xilogravura antecedeu ao clichê, placa foto mecanicamente gravada em relevo sobre metal, usualmente zinco, que era utilizada nos jornais impressos em rotoplanas.
VICELMO, A. Disponível em: www.onordeste.com. Acesso em: 24 fev. 2013 (adaptado).
A estratégia gráfica constituída pela união entre as técnicas da impressão manual e da confecção da xilogravura na produção de folhetos de cordel
(A)
realça a importância da xilogravura
sobre o clichê.
(B)
oportuniza a renovação dessa arte na modernidade.
(C)
demonstra a utilidade desses textos
para a catequese.
(D)
revela a necessidade da busca das
origens dessa literatura.
(E) auxilia na manutenção da essência identitária dessa tradição popular.
(UEG-GO/2008) TEXTO III
As ilustrações, denominadas xilogravuras, possuem estreita relação com um tipo de literatura popular nordestina, que por sua vez inspirou outros autores, como Ariano Suassuna em “O santo e a porca”, por exemplo. Essa literatura popular é a chamada literatura:
(A) concretista.
(B)
modernista.
(C) de cordel.
(D)
do ciclo do cangaço.
(PUC – GO 2015) TEXTO
IV PALHAÇO, GRANDE VOZ
Auto da Compadecida! O julgamento de alguns canalhas, entre os quais um
sacristão, um padre e um bispo, para exercício da moralidade. Toque de clarim.
Palhaço
A intervenção de Nossa Senhora no momento propício, para triunfo da misericórdia. Auto da Compadecida!
Toque de clarim.
A Compadecida
A mulher que vai desempenhar o papel desta excelsa Senhora, declara-se indigna de tão alto mister.
Toque de clarim.
Palhaço
Ao escrever esta peça, onde combate o mundanismo, praga de sua igreja, o autor quis ser representado por um palhaço, para indicar que sabe, mais do que ninguém, que sua alma é um velho catre, cheio de insensatez e de solércia. Ele não tinha o direito de tocar nesse tema, mas ousou fazê-lo, baseado no espírito popular de sua gente, porque acredita que esse povo sofre, é um povo salvo e tem direito a certas intimidades.
Toque de clarim.
Palhaço
Auto da Compadecida! O ator que vai representar Manuel, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo, declara-se também indigno de tão alto papel, mas não vem agora, porque sua aparição constituirá um grande efeito teatral e o público seria privado desse elemento de surpresa.
Toque de clarim.
Palhaço
Auto da Compadecida! Uma história altamente moral e um apelo à misericórdia.
[...]
SUASSUNA, Ariano. Auto da Compadecida. 34. ed. 3a reimpr. São Paulo: Agir, 2006, p.
22-24.
O Auto da Compadecida retoma elementos do teatro popular, contidos nos autos medievais, e realiza uma pesquisa sobre a tradição oral e as narrativas dos romanceiros e das narrações nordestinas, para destacar o regionalismo e os elementos da literatura de cordel com a finalidade de exaltar os humildes e satirizar os poderosos e os religiosos que se preocupam apenas com bens materiais.
A respeito dessa peça teatral de Ariano Suassuna, analise as afirmativas a seguir.
I.
O autor está representado pelo Palhaço e incorpora
elementos do circo à representação da peça teatral.
II.
O Palhaço anuncia o auto e também é
o grande comentador das situações.
III.
Nas falas do Palhaço predomina discurso indireto,
dando a impressão que narra os feitos e as declarações de alguém.
IV.
O Palhaço exerce função metalinguística no
espetáculo e reflete sobre o próprio mecanismo mágico de produção da imitação.
Também elimina a distância entre representação e realidade.
Em relação às proposições analisadas, assinale a única alternativa cujos itens estão todos corretos:
(A)
I, II e III.
(B)
I, II e IV.
(C)
I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) III e IV
(ENEM/2011) TEXTO V
Nascido em 1935, José Francisco Borges
ou J. Borges, como prefere
ser chamado, é um dos mais expressivos artistas populares do Brasil.
Considerado por Ariano Suassuna o maior gravador
popular do país, o artista foi um dos ilustradores do calendário da ONU do ano
de 2002. Autodidata, J. Borges publicou seu primeiro cordel em 1964, intitulado
O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, seguido
de O Verdadeiro Aviso de Frei
Damião Sobre os Castigos que Vêm, cuja publicação deu início à sua carreira de
gravador. Na década de 1970,
artistas plásticos, intelectuais e marchands passaram a encomendar suas
xilogravuras, o que levou as imagens a ganharem cada vez mais autonomia em
relação ao cordel. Desde então, o itinerário do artista vem se fortalecendo pela transmissão dos conhecimentos da xilogravura às novas gerações de sua
família, com quem mantém a Casa de Cultura Serra Negra, no sertão pernambucano.
Disponível em: http://msn.onne.com.br. Acesso em: 21 maio 2010.
A
xilogravura é um meio de expressão de grande força artística e literária no Brasil, especialmente no Nordeste brasileiro, onde os artistas populares talham a
madeira, transformando-a em verdadeiras obras de arte. Com total liberdade
artística, hoje já conquistaram espaço entre os diversos setores culturais do
país, retratando cenas
(A) do seu próprio universo,
revelando personagens com aparência humilde em vestes requintadas.
(B)
com temas de personagens do
folclore popular, crenças e futilidades dos mais necessitados.
(C) de conteúdo histórico e político do Nordeste brasileiro, com a intenção de valorizar as diferenças sociais.
(D) das grandes cidades, com a preocupação de uma representação realista da figura humana nordestina.
(E) com personagens fantasiosos, beatos e cangaceiros presentes nas crenças da população nordestina.
Para essa aula é importante:
-
ler as informações e o Poema Navio Negreiro.
Disponível em: https://tinyurl.com/wqhnznj.
- Pesquisar informações sobre a obra de Euclides da
Cunha: Os
sertões.
Disponível em: https://tinyurl.com/uw5qk94. Disponível em: https://tinyurl.com/yxgsxzgn. Disponível em: https://tinyurl.com/u7lpjbd.
- Com o auxílio das pesquisas, procurem responder às atividades propostas.
ATIVIDADE 1 (UF-CE/2008) TEXTO
I
Antônio Conselheiro
Este cearense nasceu / lá em Quixeramobim, / se eu sei como ele viveu, / sei como foi o seu fim. / Quando em Canudos chegou, / com amor organizou / um ambiente comum / sem enredos nem engodos, / ali era um por todos / e eram todos por um
A história de Antônio Conselheiro, líder da Revolta de Canudos, evocada por Patativa, é tema também de
(A)
O Quinze, de Raquel de Queiroz.
(B)
Os Sertões, de Euclides da Cunha.
(C)
Macunaíma, de Mário de Andrade.
(D)
Vidas Secas, de Graciliano Ramos.
(E)
Grande
Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
(UFC- CE/2008) TEXTO II
O Padre Henrique e o Dragão da Maldade
Vendo a medonha opressão / que vem do instinto profano, / me vem à mente o que disse / o grande bardo baiano / O Poeta dos Escravos / apelando ao Soberano / “Senhor Deus dos desgraçados! / Dizei-me vós, Senhor Deus! / Se é loucura... se é verdade / Tanto horror perante os céus.”
Assinale a alternativa que apresenta o poema ao qual, nessa estrofe, Patativa do Assaré faz alusão.
(A)
Essa Negra Fulô.
(B)
Canção do Exílio.
(C)
O Navio Negreiro.
(D) Cântico do Calvário.
(E) Morte e Vida Severina
ATIVIDADE 03
(ENEM/2013) TEXTO III
O cordelista por ele mesmo
Aos doze anos eu era forte, esperto e nutrido. Vinha do Sítio de Piroca muito alegre e divertido vender cestos e balaios
que eu mesmo havia tecido.
Passava o dia na feira e à tarde regressava levando umas panelas
que minha mãe comprava e bebendo água salgada
nas cacimbas onde passava.
BORGES, J. F. Dicionário dos sonhos e outras
histórias de cordel. Porto Alegre: LP&M, 2003 (fragmento).
Literatura de cordel é uma criação popular em verso, cuja linguagem privilegia, tematicamente, histórias de cunho regional, lendas, fatos ocorridos para firmar certas crenças e ações destacadas nas sociedades locais.
A respeito do uso das formas variantes da linguagem no Brasil, o verso do fragmento que permite reconhecer uma região brasileira é o seguinte:
(A)
“muito alegre e divertido”.
(B)
“Passava o dia na
feira”.
(C)
“levando umas panelas”.
(D)
“que minha mãe comprava”.
(E)
“nas cacimbas onde
passava”.
ATIVIDADE 04
Brasi Caboco
(Cordel
de Zé da Luz)
O qui é Brasí Caboco? É um Brasi diferente do
Brasí das capitá.
É um
Brasi brasilêro,
sem mistura de instrangero, um Brasi nacioná!
É o Brasi qui não veste liforme de gazimira,
camisa de peito duro, com butuadura de ouro... Brasi caboco só veste, camisa
grossa de lista, carça de brim da “polista”
gibão e chapéu de coro!
Brasi caboco num come
assentado nos banquete, misturado cum os home de casaca e anelão...
Brasi caboco só come o bode seco, o feijão,
e as veiz uma panelada, um pirão de carne
verde, nos dias da inleição quando vai servi de iscada prus home de posição.
(Zé da Luz. Brasi Caboco. http://www.ablc.com.br/cordeis.html)
O cordel é
uma manifestação artística responsável por preservar a memória cultural de um
povo.
Nesse
sentido, Brasí Caboco busca
(A) rechaçar as comunidades formadas nas grandes cidades, as quais deixam de se vestir com propriedade e onde, não raro, a alimentação é pouco variada e atrativa.
(B) satirizar a relação entre o homem da cidade e o do campo, enfatizando que, mesmo em condições totalmente diferentes, todos constituem uma só nação.
(C) lamentar a condição em que vivem as pessoas distantes dos grandes centros urbanos, as quais se vestem de forma muito despojada e mal se alimentam.
(D) promover a integração entre as comunidades rurais e as urbanas, entendendo-se que nestas está presente o estrangeiro que, com os nativos, formam a nação brasileira.
(E) afirmar a identidade de comunidades afastadas dos grandes centros urbanos, as quais são formadas por pessoas simples, reconhecendo que a classe dominante tenta manipulá-las.
Para essa aula é importante:
- Revisar os conceitos
de soneto.
Disponível em: https://www.todamateria.com.br/soneto/.
Disponível em:https://brasilescola.uol.com.br/o- que-e/portugues/o-que-e-soneto.htm.
Disponível em:https://www.infoescola.com/literatura/sonet o/.
-
Revisar sobre o conceito de linguagem figurada.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=YePYemC 3TDU&list=PL-.
Disponível em: YLq9aW2188G3WyNwbgfAsgjb8XY9Blk&in dex=17.
- Com o auxílio das pesquisas, procurem responder às atividades propostas.
Leia os dois
quartetos do soneto.
Moralidade sobre o Dia de
Quarta-Feira de Cinza
(Gregório de Matos)
Que és terra, oh homem, e em terra hás de tornar- te,
hoje te avisa Deus por sua Igreja:
de pó te faz o espelho em que se veja
a vil matéria de que quis formar-te.
Lembra-te Deus que és pó, para humilhar-te;
e como teu baixel sempre fraqueja
nos mares da vaidade, onde peleja,
te põe à vista a terra onde salvar-te.
a) Tendo como referência a significação e o uso da linguagem figurada, explique o sentido das palavras destacadas no poema.
b) Explique o sentido que assumem no texto os termos “vil” e “peleja”.
ATIVIDADE 02
(UNIVAG-MT/2019) TEXTO II
Leia o soneto.
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado
(Gregório de Matos (1636-1696)).
Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa piedade me despido1,
Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado.
Se basta a vos irar tanto pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido, Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado.
Se uma ovelha perdida e já cobrada2 Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História:
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada Cobrai3-a, e não queirais, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória.
(Códice
Asensio-Cunha, 2013.)
1 despido: despeço.
2 cobrada: recuperada.
3 cobrai: recuperai.
No soneto, o eu lírico compara seu interlocutor
(A)
ao prazer.
(B)
a uma ovelha.
(C)
à culpa.
(D)
ao pecado.
(E)
a um pastor.
ATIVIDADE 03
(UEL-PR/2019)
TEXTO III
Descreve a vida
escolástica
Mancebo sem dinheiro, bom barrete, Medíocre o vestido, bom sapato, Meias velhas, calção de esfola-gato, Cabelo penteado, bom topete.
Presumir de dançar, cantar falsete, Jogo de fidalguia, bom barato, Tirar falsídia ao moço do seu trato, Furtar a carne à ama, que promete;
[...]
Cartinhas de trocado para a freira, Comer boi, ser Quixote com as damas, Pouco estudo: isto é ser estudante.
WISNIK, J. M. (Org.). Poemas escolhidos de Gregório de Matos.São Paulo: Companhia
dasLetras, 2010. p. 173.
Acerca do poema, assinale a alternativa correta.
(A)
Os versos são decassílabos nas duas primeiras
estrofes; nas duas últimas, são livres, para ilustrar a inconstância no
Barroco.
(B)
O esquema rímico ABBA é utilizado nas duas primeiras
estrofes; os tercetos são desprovidos de rimas.
(C)
A modalidade satírica a que pertence o soneto é
acompanhada de métrica irregular em sintonia
com os desregramentos focalizados.
(D) O sujeito lírico adere à expressão de sentimentos conflituosos manifestos pela figura do estudante.
(E) O destaque atribuído às mulheres representa o papel significativo das questões amorosas no cotidiano retratado do estudante.
TEXTO IV
Soneto de fidelidade
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
(Vinícius de
Morais. Poesia completa e prosa. Rio
de Janeiro: Aguilar, 1974. p. 269.)
A 1ª estrofe pode apresentar algumas dificuldades de compreensão. A fim de compreendê-la melhor, faça o que é pedido.
a)
Ponha na ordem direta este trecho:
“De tudo ao meu amor serei atento / antes”.
b)
Explique o sentido da expressão ser
atento (1º verso).
c)
Indique a que se refere a expressão
maior encanto (3º verso)?
d)
Responda: para o eu lírico, a
fidelidade supõe exclusividade ou não?
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